Notícia - 24/03/2010 - Soropositivos têm 11 vezes mais chances de desenvolver hanseníase, informa jornal Amazônia

24/03/2010 - Soropositivos têm 11 vezes mais chances de desenvolver hanseníase, informa jornal Amazônia

Estudo desenvolvido pela Universidade do Estado do Pará indica que pessoas que vivem com HIV têm até 11 vezes mais chances de desenvolver hanseníase.

Portadores do vírus ou da síndrome da imunodeficiência adquirida (HIV/Aids)têm até onze vezes mais chance de desenvolver a hanseníase. É o que aponta o estudo realizado pela dermatologista e infectologista Marília Brasil Xavier, reitora da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Os dados levantados pela médica sugerem que o número de casos de hanseníase é maior entre os pacientes soropositivos.

Segundo a pesquisa, 6,7 em cada 100 infectados pelo vírus da Aids em populações de alta endemicidade para hanseníase na Amazônia, apresentaram a coinfecção. Esta taxa de prevalência é considerada alta e deve ser vista com atenção pelas autoridades da saúde pública no Estado.

O estudo clínico epidemiológico foi realizado no período de 2007 a 2008, em Belém - que possui o maior número de casos de hanseníase do Estado -, Santarém e Parauapebas. Eles constataram que a incidência da hanseníase é maior em pacientes com o vírus. "A cada 100 pessoas com HIV/Aids, estima-se que 6,7 podem ter hanseníase na região.

Ainda não existem muitos estudos epidemiológicos para que se faça um comparativo com o restante do país, mas sabe-se que a taxa de detecção no Pará ainda é alta", afirmou. Segundo ela, dados do Ministério da Saúde informam que, em 2006, a cada 10 mil pessoas, 11 desenvolveram a hanseníase no Pará - independente do vírus HIV.

De acordo com Marília Xavier, o fator de risco é o mesmo para portadores e não portadores do vírus. "Todos têm que estar atentos se tiverem casos de hanseníase na família ou no domicílio", informou.

A médica explicou que os pacientes apresentam a doença principalmente quando já desenvolveram os sintomas da Aids, após o início do tratamento contra o vírus HIV. "Antes do tratamento, ele se encontra tão debilitado que não apresenta a resposta inflamatória ou clínica para o agente da hanseníase. A partir do momento que ele melhora a imunidade, melhora a capacidade de apresentar a resposta inflamatória e manifesta o caso clínico da doença", observou.

A boa notícia é que, na maioria dos casos, os pacientes com Aids apresentam respostas positivas ao tratamento tradicional da hanseníase.

Fonte: jornal Amazônia

 
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